Comprei um chapéu de chuva barato aos chineses, daqueles que se primem um pequenino botão e saiem disparados abrindo-se como um balão. Até aqui tudo bem, encantado, é só dar ao dedo e num instante fico resguardado de eventuais molhas. A questão é depois para fechá-lo, a coisa torna-se dificil, empurrar aquilo ao formato original obriga a ir a um ginásio e praticar musculação durante seis meses, o mecanismo tem ciência que implica um curso na NASA, e a água que não me molhou de inicio ao final vai descarregar-se em mim.
Mas todos estes problemas ficaram resolvidos à segunda vez de uso.
Ao saír do bar chovía como Deus quería, algum castigo que todos os mortais merecedores destas penas devem levar consigo para casa, cansados e saturados de um dia de trabalho, nada que melhor lhes assente, e eu não sou excepção pois devo comportar-me mal todos os minutos da minha vida.
Lá dei ao botão.
E a copa do chapéu ejectou-se para lugar incerto.